quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


Acordo com o despertador do celular tocando, exatamente 08 horas da manhã. Estranho ainda usar essa função do aparelho. Afinal, não estou fazendo estágio e poderia dormir até mais tarde, sem nenhum compromisso mesmo. Resultado: voltei a dormir  e dessa vez acordei, sem o uso de despertador, quase 13h. Levanto, saio do quarto, faço café – tenho que tomar café independente do horário que acordo – e percebo um silencio próximo de casa. Silêncio que foi cortado por algumas crianças correndo. Dou comida da Tereza, a gata de casa, ligo o rádio e fico sentado no sofá ouvindo música. Depois que a televisão pifou só me resta o rádio. Talvez se fosse o contrário já teria surtado, não consigo viver sem música. Nem lembrava que hoje é feriado. Mas qual ? Já não basta de feriados nesse país ? Porra, é sacanagem ter feriado quando você não está trabalhando. Tu fica fazendo o mesmo que faz nos outros dias: nada. Mas, enfim, feriado, beleza. Todos os vizinhos sumiram, com exceção dos filhos pentelhos e barulhentos. Estou crente que os feriados servem pra por crianças na rua gritando e jogando bola na frente da casa dos outros, enquanto os pais descansam - mas os vizinhos não. Hoje o dia está tão lento. Sabe quando você briga com o relógio, tem que sair e o tempo congela ? Cada olhada no relógio ele atrasa 15 minutos.
Depois de arrumar a casa, o básico varrer e lavar louça, vou conferir meu email e entro no facebook. Falando no face (estou intimo mesmo) até agora não vi nada de tão inovador nele. Tudo que fazem no Face faziam no orkut, até as imagens são as mesmas.
Cansei de navegar na internet. Sem ninguém em casa além de mim e da Tereza. Tereza ta aí ? Corrigindo: só eu em casa. Tédio total.
Até tem algo pra fazer na cidade, já li a agenda cultural de alguns blogs e sites, mas não vou sair. Minha casa deve está encantada. Sério. Ainda nem tirei o cadeado do portão.
Lembra do relógio lento ? Pois é, se fosse num analista certamente diria “O RELÓGIO, Duh, é você. COMPREENDE ?”. Hoje não quero nada mesmo. E qual o problema nisso ? Não fazer nada também é bom. Experimente.
Atenção! Se você não fizer nada por mais de um dia, pode ser algum problema além do tédio.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Eu, você.
Meu gato, teu aquário.
A sala.
Quadros na parede.
Um incenso de jasmim sobre a mesa no centro.
Lembra ?
Foi dessa forma durante meses.
Exatamente equilibrado.
Nós, os animais, os móveis.
Hoje, agora tudo ao contrário.
O gato deglutiu o peixe.
O incenso jamais acenderá.
Quadros no chão.
Novas lembranças.
“Te amo”, eu dizia, mas você dormia e eu sussurrava pra não te acordar.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Benedito Nunes sobre foto de Gratuliano Bibas.


Entrevista de Benedito Nunes à Série Obra Revelada, na TV Cultura, onde ele fala sobre uma fotografia de Gratuliano Bibas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Tem Boto na rede de Túnico.

Viajei para Ponta de Pedras, em setembro, e fiquei impressionado com as manifestações artísticas da cidade. Tinha desde banda de fanfarra à um grupo de cinema. Um dos grupos de fanfarra se preparavam para o concurso da cidade. Era barulho de pratos, tambor, entre outros o dia todo, principalmente no final de tarde. Não me incomodou nenhum pouco, pelo contrário, achei bem interessante ver a organização desse grupo na praça. Assistir as apresentações de fanfarra. Alguns grupos - pra não dizer todos - visivelmente erravam as coreografias, apesar de não ser especialista, percebi. Já os filmes feitos na cidade não pude ver. Até conheci pessoas responsáveis pela produção dos curtas, assisti um fotoclip mostrando a movimentação na cidade durante as projeções. É tudo simples, com poucos recursos, mas feito com muita vontade por todos e bem recebido pelos moradores do lugar. De acordo com um dos responsáveis, os atores viram celebridades no local, passam nas ruas e alguém diz "olha lá o Boto", "lá vai a Mundica". 
Hoje, acordei cedo e fiquei na cama enrolando pra levantar. Percebi movimentação na sala. Era meu pai. Ouvi música marajoara. Me assustei. Sei que meu pai gosta, mas não lembrava dele ter algum cd com esse ritmo. Após a música um dialogo bem carregado no sotaque. Pronto, não era um cd, mas sim um dvd. Mas qual ? Morrendo de curiosidade, desci rápido pra ver oque era. Ainda estava no inicio do filme. Procurei a capa/embalagem e lá estava o título: "Tem boto na rede de Túnico". Era um dos filmes feitos em Ponta de Pedras. 
Sobre o filme, posso dizer que é bem simples, como os próprios produtores disseram ser. O nome já diz tudo: Tem boto na rede de Túnico. Fala sobre uma moça, Raimunda, que vem morar em Belém e, após seis meses, retorna com o namorado, belenense, e também, manias diferentes, pedindo até pra chamarem-na de "Ray ", não mais de "Mundica". Todos os problemas técnicos (áudio e filmagem externa noturna ruim, por exemplo) que sabia sobre o vídeo, em alguns alguns instantes saltam, berram, gritam. Mas no final vale a pena assistir. Fiquei feliz com o trabalho deles. Tiveram uma grande sacada em usar o audiovisual para mostrar as histórias e/ou estórias local. Torço por eles. Os "gritos", causados por falhas técnicas, em filmes independentes como esse são normais, porém, especificamente, no caso de "Tem boto na rede de Túnico" são abafados por outros que dizem:
Sou nortista 
marajoara
tenho meus "causos" para mostrar. 
Quem quiser bastar sentar na cadeira
no chão da sala
no palanque improvisado na praça e apreciar.


sábado, 15 de outubro de 2011

Orkut vs Facebook


Gostaria de saber quantas redes sociais existem. Recordo de receber convites do Badoo, Que Passa, Net log ( essa é rede social ? rsrs), entre tantas outras. Mas é claro que as mais famosas no Brasil são o Orkut e, mais recente, o Facebook. Participo do Orkut há uns cinco anos, e criei para não perder contato com alguns amigos (Reais) que fiz durante o Ensino Médio e Pré-vestibular. Era a maior sensação, bastava conhecer alguém que vinha a pergunta "Tem Orkut ?". Os anos passaram, o Orkut mudou - antes deveria receber convite para abrir uma conta e não existia bate-papo. Agora há quem diga que o orkut está passando por uma fase de declínio, e está mesmo. A maioria dos meus amigos Reais e Virtuais migraram ao Facebook.
Recentemente sair com um amigo e reencontramos alguém das antigas. Papo vai, papo vem e perguntaram-me:
- Tem Face ?
- NÃO ! Somente Orkut.
- Ai, Duh, te atualiza.
Resultado, abri uma conta no Face e, logo, aceitei uns convites antigos. Ainda fico meio perdido com algumas coisas no Face, mas considero bem parecido com o Orkut. Até coisas do orkut estão no Face, como:

- Vejo gente falsa.
- Com que frequência ?
- Todos os dias.

E/OU a Campanha da Borracha:

"Se você também pensava que o lado azul apagava tinta de caneta, compartilha."

O Orkut precisou de cinco anos para encontra um rival que tirasse-o do trono, para o Face não será necessário tanto tempo (será ?). Enquanto isso vou testando o Face, mas sem considerá-lo o ultimo litro de água potável no deserto. Sem pensar muito, é fácil perceber que o Face não deixa de ser uma "Prima rica" do Orkut.
 Mudamos de Rede Social, mas acabamos solicitando, aos antigos amigos do Orkut, para aderirem-nos no Face. Chega a ser irônico... Fico imaginando, daqui há uns meses - talvez anos ? - vou reencontrar um amigo e dizer que tenho Face, e ele, me olhando espantado dirá: "Face, Duh ? Te atualiza."

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Tulipa Ruiz

Precisando de espaço no pendrive tive que excluir alguns arquivos. Agora estou recuperando. Baixei, novamente, o cd da Tulipa Ruiz, o "Efêmera". Me agrada, além das músicas, a capa desse trabalho, algo simples, mas de bom gosto. Dá vontade de estampar em uma camisa. Rsrs. 

Capa do Efêmera.

Meu mantra:
Aqui (Tulipa Ruiz)

Cuida bem da tua forma de ser
amanhã o dia vai ser diferente de outro dia

A menina que da terra sempre espera
que você fique aqui
e no fundo, bem no fundo, você sabe como
isso é legal

ver alguém que entenda essa sua transição
como é legal essa sua transição.




quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Parada gay de Belém.

Domingo passado(25) ocorreu mais uma edição da Parada "GLSBTNHDYGYTEJ" de Belém. Não fui. Participei de apenas duas, nos anos de 2008 (muito boa) e 2009. Recebi uma mensagem por celular que dizia o seguinte:
Ei, onde vc ta ? Vamos pra Parada eu e a Natalia estamos afim de ir.
Já sabe que a resposta foi NÃO. Estava na casa da minha irmã. Quando voltei pra casa encontrei com a remetente da mensagem e, lógico, perguntei se havia ido pro evento. Ela, elas, foram e disseram que estava horrível, tentaram até assalta-las. Esse problema de assaltos já vem de longa data. Em 2009 vi os malacos (leia-se ladrões) puxando cordões na cara de pau, pertinho de mim. Esse é um dos motivos para não ir mais a esse tipo de evento, a insegurança. Outro é o fato da Parada Gay reforça um esteriótipo. A impressão que temos com a Parada é, que, gays são homens que se vestem de mulheres e querem dá o rabo todos os dias. E, obviamente, sabemos que não é verdade. Homossexuais são pessoas normais, merecedores de respeito como todos. Porém, nesse tipo de evento não é essa imagem que recebemos, principalmente pela porra da mídia que, normalmente, estampa nos jornais um travesti dançando até em baixo, com o dedo na boca, em cima de um salto 234254235. Outra imagem comum é a da promiscuidade: 13h tu ver um cara chupando a boca de outro, que usa calça vermelha; já às 13: 30 o carinha tá com outro de bermuda; 14h com outro de short; 15h  só Deus sabe... Depois que surgem os Bolsonaros da vida fica difícil se defender.

Finalmente a viagem

Como já foi dito em algum post, estou participando de um projeto no IAP (Instituto de Artes do Pará) que relaciona literatura e fotografia. O autor escolhido foi Dalcídio Jurandir, com as obras Chove nos Campos de Cachoeira e Marajó. Um dos objetivos do projeto é " traduzir em imagens visuais (fotografia) as imagens mentais sugeridas no ato da leitura pelo romance de Jurandir ", como bem disse o responsável. Uma das etapas consistia em viajar ao Marajó (Ponta de Pedras, Cachoeira do Arari e Soure) em agosto, o que não foi possível. Apenas agora, em setembro, podemos realizar essa tarefa. Viajamos no dia 15, pela manhã (ainda bem porque morro de medo dos Piratas que, normalmente, atacam a noite) de barco, em um Porto na Cidade Velha, o Brilhante. Não lembro o tempo da viajem até Ponta de Pedras, nem sentir passar. Chegando na cidade ficamos no Grande Hotel - não era nosso lugar preferido, mas no momento era o único disponível. Havia um evento da SEDUC (Secretária de Educação) na cidade que lotou as vagas no Hotel Repontas, para onde, a principio, iriamos. O Grande Hotel tem esse nome não por acaso, mas parecia cenário de filme de terror, algo como "O Iluminado". Rsrsr... Muita coisa ocorreu durante a viajem, precisaria criar um "caderno" para descrever tudo. Por isso, colocarei em tópicos os pontos mais relevantes:

1. Um dia a mais em Ponta de Pedras, num total de 3 dias;

2. No segundo dia fomos para o Repontas. Huhuuu;

3. "Guardei" minhas fotos no pendrive de um amigo;

4. Perderam o pendrive num Hotel em Cachoeira do Arari;

5. Estou desesperado por ter poucas imagens para trabalhar;

6. Fiquei impressionado com vários movimentos artísticos em Ponta de Pedras, de Fanfarra a grupo de cinema;

7. Dica: se for para Ponta ou Cachoeira e tiver vontade de falar com alguém, que more em Belém, use chips da Claro, a única operadora que funciona por lá.

8. Gostei de Soure, a mais "moderninha", comparada as outras;

9. O Museu do Marajó é bem interessante, interativo mesmo. Nada de museu onde tu tens que apenas olhar, pode tocar em quase tudo.

Chegando em Belém estranhei um pouco, tudo muito louco, carros, pessoas grossas - no Marajó todo mundo cumprimentava-se, dava bom dia e tal. Aqui, se disser "bom dia !", no minimo, vão pensar se tratar de uma "cantada"... Enfim, voltei a "civilização".


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Revendo o Comércio.

Hoje tive que ir pagar contas na Presidente Vargas, lá é melhor por causa do ponto de ônibus próximo ao banco e tal. Na volta para casa resolvi não esperar o bonde na P. Vargas, desci pela Santo Antônio, dobrei na Praça das Mercês até chegar ao Ver-o-Peso. O caminho até o "Veroba" - como dizem alguns - foi bem diferente, não que fazer esse trajeto, para mim, fosse algo inédito, mas quanta diferença. A maior parte da rua Santo Antônio estava sem os ambulantes, só havia ambulantes a partir da Praça das Mercês. Tenho impressão que os prédios centenários reviveram, sem tantos vendedores nas rua que  impedia-nos de observar o quão belo é a arquitetura de Belém, em especial dos bairros da Campina e Comércio, até porque não sabemos até quando, apesar de seu tombamento, esses prédios resistirão. Olhar a fachada das casas, maçanetas em forma de mão ou leões era algo quase impossível de fazer durante a semana, por causa dos vendedores. Isso parece fazer parte de um projeto do governo/prefeitura (não sei ao certo) de revitalização do centro de Belém. Fico feliz. Obviamente lamento pelos vendedores que, na sua maioria, ocupavam um espaço público sem autorização, tornando-os isentos de impostos. Será criado um camelódromo para eles (Onde ? Quando ? Não se sabe). Mas que foi algo bom, isso foi. Nem lembrava da calçada ser tão larga, calçada essa que já serviu para os Belenenses, numa época distante, usarem para passeios.  

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Haja "amor"...




Ultimamente estou saindo pouco, e na maioria das vezes sozinho. Quase não vejo alguns amigos que gosto e sinto falta. Chegamos naquela fase onde devemos pensar mais em nossos projetos e, talvez por isso, o laser em grupo torne-se mais difícil (sempre tem alguém que deve acordar cedo, estudar ou fazer prova no dia seguinte, entre outros motivos). Embora tente, não consigo marcar para rever algumas pessoas, devo me contentar em saber sobre eles através das redes sociais que participamos. Ainda prefiro o boa e velha conversa de roda, mas fazer o que.
Quando finalmente reencontro alguém a conversa segue um roteiro nada original: trabalho, família e amor(es). Para variar ando solteiro, mas alguns colegas, nossa, quanta diferença !
_ Quanto tempo, tá namorando ?.(Depois de tanta conversa surge essa pergunta clássica).
_ Não._ Curto e seco.
_ Ah, Duh, sei lá, nenhum rolo ?
_ Nenhum.
_ Hum, tu tens que sair mais, “ficar” de vez em quando. Nunca te vejo com ninguém...
_ E tu com o Borges ? (Minha réplica)
_ Acabou. Safado !
_ Desculpa, não sabia.
_ Ih, não esquenta. Tô com o Rogério, amando.
_ Ro... Como é mesmo ?
_ Ro-gé-rio. A gente tá se conhecendo. Uma semana.
_ E tu já ama, não amava o Borges ? Ele não era pra sempre e tal ?
_ Pois é, depois do Borges veio o Cris, amei também. Isso tudo faz duas semanas. Superei. Tô em outra. Porque tu sabe ...
O reencontro acaba, volto para casa e penso: Nasci com algum defeito. Não é possível, nunca amei 3 pessoas em menos de um mês.
Ainda não me adaptei com esse “excesso” de amor. Amor é algo tão difícil de ter, e sentir por outro. O povo beija, transa e acha que já ta amando. Um mês é pouco tempo para amar de forma exacerbada. Tem gente que deveria andar com um Aurélio na mochila, para saber diferenciar as coisas. 

domingo, 28 de agosto de 2011

Ingrid,

gosto da tua sinceridade ao escrever. Poucos permitem-se o fiel, sem embelezar suas experiências. Vivemos numa fase onde é complicado se mostrar frágil ou sensível, como se tais características nos torna-se fracos. Um abraço.

Duh Soeiro. 

Enquanto aguardo.



Foto: Duh Soeiro.

Estava aguardando o ônibus em frente a UFPA (Universidade Federal do Pará), quando, de repente, percebo um ônibus parando e, lá dentro, alguém acenando pra mim. Levei uns 5 segundos para identificar a criatura que acenava. Foi bem rápido. Há quanto tempo sem nos ver. Acredito que, no minimo, um ano. Tudo voltou na minha cabeça, memórias que jurava ter esquecido ou obrigado a esquecer. Todos os planos. Tudo.
Estávamos pseudo-namorando - os termos empregados para classificar os relacionamentos, hoje, são diversos. Merecem um dicionário de termos -, ia tudo bem. Semanas e tudo certo. Deixava de sair com alguns amigos para, finalmente, após uma semana chata de aulas e trabalho, estar ao lado de alguém legal (não que meus amigos não fossem legais). Foi a única pessoa a receber o número do telefone residencial de casa. A noite o telefone tocava e lá ia eu correndo, pois já imaginava quem era, às vezes frustrava-me. Foi um período onde controlava o telefone, alertava: "Gente, tô esperando uma ligação, não demorem". Ficávamos muito tempo conversando pelo telefone, os assuntos se repetiam, pareciam resumos de jornais, tudo a mesma coisa, mas cada vez contado de forma diferente. Não tinha importância, a ligação valia muito. Com o tempo as chamadas diminuíram, até tornarem-se inexistentes. Adeus conversas repetitivas. Senti falta. "Já sei, vou ligar para saber como está. Afinal, tem que terminar da forma correta, porra, nem que seja por telefone !", pensei. De fato liguei, marcamos uma conversa na UFPA, próximo ao ginásio, segundo portão da UFPA. Foi um dia cheio de expectativa, era tudo ou nada. Já esquecera que expectativa é o prenúncio da frustração. No dia marcado, diante um do outro falamo-nos, sentados, entre dois jambeiros. Pássaros cantavam e comiam os frutos, alguns frutos pelo chão. O resultado da conversa não foi a melhor, pelo menos não para mim.
_ Conheci alguém e estamos ficando há duas semanas. Tudo bem ? _ Perguntou, evitando-me olhar. Já era noite. Poucas pessoas passavam por alí.
_  Hã ? _ A principio foi o máximo que balbuciei.
_ Tudo bem ?
_ Sim... Quer dizer não está, mas ficará !
_ Sinto muito, não queria te fazer isso, mas aconteceu. ( Ainda sem olhar para mim.).
Depois disso não havia mais assunto para conversar, tudo estava claro. Me sentir meio "deprê" após isso. Mas passou. O tempo passou, outras pessoas surgiram, outros relacionamentos
Lá estava estava esperando o ônibus que, como sempre demora, quando o alguém do banco, entre os jambeiros acenou para mim. Fiquei feliz, apesar de lembrar do que vivemos. Mas fiquei feliz mesmo por saber que tudo já estava bem resolvido. Gostaria de poder entrar no coletivo, para bater um papo e saber como estava. Faltava muito pra terminar o curso ? Tem visto nosso amigo em comum ? Por aí iniciaria nossa nova conversa, sem jambeiros, pássaros ou algumas pessoas transitando próximo... O ônibus apareceu, fiz sinal para parar. Fui embora. 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Hoje visitei meu antigo colégio do ensino fundamental, Escola Estadual de Ensino Fundamental Vereador Gonçalo Duarte. O colégio há pouco passou por uma reforma, graças a uma manifestação dos alunos reclamando das péssimas condições da escola (cadeiras quebradas, quadro negro com perfurações, banheiros inadequados, entre outros problemas que sensacionalismo da rede pública de ensino possuem), com direito a imprensa  filmando e fazendo o sensacionalismo de sempre. Agora está tudo limpinho, equipado, muito agradável. É curioso voltar nesses lugares após tanto tempo. Só vou ali no período eleitoral, cumprir com minha obrigação de cidadão. Gostei do que vi, e desejo que os alunos possam preservar ao máximo a escola nesse novo estado. 
Entrei na sala dos professores para discutir sobre uma atividade, relacionado a produção de um vídeo, quando meu antigo professor de matemática entrou na sala, o Ilídio. Há tempos não havia notícias dele. Lembrei que me sentia perseguido por ele, coisa besta de criança mesmo, na época tinha 10, 11 anos - ainda era possível ser criança com essa idade -. Vou dizer porque sentia-me perseguido. Sempre tive dificuldades com matemática, e na 6ª série não era diferente. Ainda recordo do professor passando exercícios e chamando para resolve-los na lousa, torcia para que esquecesse de mim. Em vão. Toda aula do Ilídio iria resolver as equações. Considerava aquilo tudo um porre. Tanta gente na turma e ele tinha que pegar no meu pé ? Durante o ano letivo perdi a conta de quantas vezes fui resolver os "Xs" das questões na frente da turma, para turma, com direito a explicações de como obtive os resultados. Em alguns momentos precisava de uma cadeira, pois não alcançava a parte superior do quadro. Alguns alunos, quando o professor chegava, alguns diziam: "Chegou teu pai". O ano foi passando e fui  aprovado na disciplina. Hoje, percebo que não havia nenhuma implicância do professor comigo, ele identificou a minha dificuldade com a matéria. Percebo o quanto fui impaciente. Sair do Gonçalo já faz muito tempo e o Ilídio continua com seu trabalho no colégio. Bom trabalho. Eu não percebia isso. Espero que, além da reforma na escola, os alunos aproveitem, também, esse professor.

sábado, 13 de agosto de 2011

De vez em quando recebo "correntes" através do e-mail. É microsoft distribuindo notebook, alguma empresa dividindo seu dinheiro com os pobres, e blá, blá, blá. Quando não sãos os bons moços praticando filantropia, são aquelas mensagens que começam com "Faça um pedido", e no final vem a praga de quem enviou: "Se não enviar para no mínimo 10 pessoas ocorrerá uma desgraça na sua vida". Hoje, lendo minha caixa de mensagens recebi um e-mail curioso, falando sobre coisas do anos 90, a infância nessa década que vivi. Gostei. Concordo e recordo de tudo que é dito no e-mail, da série de televisão Baby, os sapatos que brilhavam, os caderninhos de segredos - nunca era segredo, todos liam o que você escrevia - ao Dragon Ball Z. Por isso, vou postar aqui o texto:

"Recordar o passado, seja ele Ruim Ou Bom ... é vivê-lo novamente"
A infância dos Anos 90 


Coletanea Net - Humor e Diversão

• Não existia Orkut
• Assistíamos Família Dinossauro
• Garotos de 13 anos usavam roupas recomendadas pela mãe
• Mc Donalds custava R$ 4,50
• Biscoito Fofy existia 

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• Meninas de 11 anos brincavam de boneca
• Meninos de 13 anos assistiam Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball Z 

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• Existia Chiquititas e não Rebeldes 
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• Plutão ainda era um Planeta
• Festas de 15 anos não eram eventos/shows
• As músicas tinham coreografia
• Tênis de luzinha era essencial
• Kinder Ovo era 1 real
• Quem não lembra do chocolate da Mônica? 


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• 
Pessoas REALMENTE se conheciam e não por Orkut
• Maquiagem era coisa de gente grande
• Fotos não eram tiradas para serem colocadas no orkut e sim para recordarem um momento
• Pra saber da vida de alguém só lendo os cadernos de perguntas que fazíamos
• 
Crianças tinham  Bichinho Virtual TAMAGOSHI e não Celular 
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• Não existiam emos 

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• Se mandava cartinhas pra dizer que amava e não emails ou scraps.
• Merthiolate ardia 


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• Comprava vários biscoitos da Elma Chips só pra pegar o Tazo 
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• Dava prazer de ficar em casa aos Domingos só pra ver TV. 
• Celular era raridade e somente esses modelos.

Quem nunca telefonou usando ficha neste telefone. 



Olha O BIP..................... 


Material Escolar 

Caneta 10 cores 

Toque magico 
GULOSEIMAS 

Fru-Tilly 

Balas Juquinha






Diversão 

Atari 

BAT BEG 
Quem nunca ficou com a unha do dedao roxa??????


Jaspion 


JIBAN 

Garrafas dos refrigerantes

Geloucos COCA-COLA 

Piroscoptero 

CALÇADOS 

Kichute 


Redley 


MORANGO DO AMOR -  BRILHO


  
...Bons Tempos que não voltam mais!!!




quarta-feira, 27 de julho de 2011

Bye, bye Amy.



Há tempos estávamos carentes de boas cantoras. Fomos obrigados a ouvir sons das Hiannas e Ke$has da vida. Além do retorno da Britney. Diante desse cenário onde tudo era "produzido", do visual a música, tive a grata surpresa de ouvir na rádio uma voz feminina muito diferente. Era a Amy. Não lembro ao certo qual era a música, mas sei fazer parte do álbum Back to Black. Tive uma catarse. Que voz. Hoje temos a felicidade de gostar de uma música e correr à internet para baixar o álbum onde está a canção. Algum tempo depois encontrei em uma loja de CDs o Frank, primeiro trabalho da Amy, também excelente, apesar de pouco conhecido. Desde então tornei-me admirador das canções dela. Lembro de me ver em "Love is a losing game" e/ou "Just Friends". 
Como é sabido, sábado (23), o corpo da cantora Amy foi encontrado na sua casa, em Londres. Ainda é desconhecida a causa da morte, apesar de muito especular ser mais uma vítima do uso de drogas. Não pretendo ficar discutindo sobre o uso de drogas ou os problemas amorosos da artista. Quando lembrar da Amy lembrarei da música, que é boa, e do estilo pin-up que lhe caia tão bem. Lamento pela morte, realmente uma perda para (boa) música internacional. Passei o final de semana (re) ouvindo os CDs da cantora, já sinto falta, esperava mais dessa artista. Acreditava que, apesar dos problemas, surgiriam outros bons trabalhos. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Meu TCC...

                
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sábado, 25 de junho de 2011

Kill Bill em poucas palavras.

Ódio: s.m. Aversão inveterada e absoluta; raiva; rancor; antipatia... Esses são alguns, dos muitos conceitos, encontrado no dicionário online Priberam sobre esse sentimento. Um dos sentimento mais sinceros. Afinal, ninguém odeia outrem por hobbie ou simplesmente por odiar. Para tanto necessitamos de fatos, motivos.  Mas incomoda-me sentir algo dessa forma, principalmente por alguém tão próximo. Tem vezes, erroneamente, que pensamos “não terei ódio, esse sentimento tão patético”. Porém, o maldito acompanha-nos desde muito tempo. E está alí, em mim, em ti, em nós, adormecido esperando o momento certo para emergir.
Passei o final de semana (re) vendo Kill Bill, do Tarantino, adoro esse filme. E tudo nele justifica-se pelo ódio. Este é o ponto de partida do filme: uma mulher grávida, teoricamente, perde o filho em um extermínio, no ensaio do seu casamento. Após 4 anos acorda do coma, pois mesmo com uma bala na porra da cabeça ela não morre, e resolve ter sua vingança, movida pelo ódio.
A mulher, chamada de Noiva ensangüentada, Mamba Negra, entre outros nomes, cria uma listinha de suas possíveis vítimas. E sai para fazer justiça com as próprias mãos. É interessante ver como ela faz para ter êxito no seu plano... Kill Bill é apenas um exemplo de como o ódio serve como motivador em filmes. Mas, infelizmente não podemos fazer isso na vida real, criar nossa listinha e sair por aí matando geral. O ódio só parece belo no ponto de vista estético do cinema, na Real é bem diferente. Sair resolvendo tudo na base da porrada é muito truculento. Prefiro ver as pessoas más pagando pelo seus crimes nas cadeias, por mais que nosso judiciário fique a dever.
Cena do filme.

    

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O mundo de dentro da gente ...

Após passar a semana cantando: " O mundo de dentro da gente é maior que o mundo de fora da gente. O mundo de dentro da gente é o espaço sideral [...] ". Resolvi saber de quem se tratava a música, e soube chamar-se o responsável por esse mantra involuntário, André Abujamrá ( o André é um desses músicos considerados bons, que dá até medo de ouvir e frustrar-se. Porém, ouvindo o cd acabei percebendo já conhecer o trabalho dele, especialmente algumas faixas de Mafaro). Numa busca rápida no google consegui baixar o cd Mafaro (significa Alegria). E gostei do que ouvir. Nem tentarei bancar o crítico de música e dizer que tem influências africanas, árabes e blá blá blá, apenas digo: É FODA. Por isso, para quem não conhece segue um vídeo da faixa Imaginação, de onde extraiu-se a citação no início do texto... Boa audição aí !


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Voltando ao blog.

Nossa, quanto tempo sem escrever algo nesse espaço. Tenho a impressão que estive vegetando nas últimas semanas, não que coisas boas não ocorreram comigo, pelo contrário. Porém, estava preso em projetos antigos, assuntos pendentes. Enfim, agora já estou melhor. Em uma faze nova. Mesmo sem saber ao certo o que farei - apesar de ter algo planejado -, estou feliz. Talvez, um resumo dos últimos acontecimentos torne-se necessário, em tópicos. rsrs.

1. Estou sem estágio, sem um puto de dinheiro;

2. Finalmente terminou o estágio supervisionado (não remunerado);

3. Recebi a notícia de fazer parte de um Projeto, no IAP, onde trabalharei com fotografia. (Torcendo pra não dá merda);

4. Solteiro, só fodo-me mesmo;

5. Desesperado para elaborar um Projeto de TCC;

6. Fui ao show da Vanessa da Mata. Huhuuuu;

7. Encontrei a Tati, uma amiga do ensino médio, no ônibus. Contamos as boas novas um ao outro;

8. Aniversário do meu sobrinho foi comemorado no domingo (05), apesar de, oficialmente, ocorrer na terça (07);

9. Faltei a reunião sobre o Projeto.(vide tópico 3).

Acredito ter usado corretamente a síntese.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobre "Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias"

Foto da Capa

A cantora mato-grossense Vanessa da Mata lançou, no segundo semestre de 2010, seu quarto álbum de inéditas, intitulado “Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias”. O novo trabalho da cantora, traz 12 faixas, e ainda, conta com a participação especial do cantor Gilberto Gil (inicialmente chamado para tocar violão) na canção "Quando Amanhecer". Quem conhece os álbuns dessa artista, desde o primeiro CD (Vanessa da Mata), percebe em “Bicicletas...” que todos os elementos de Vanessa estão alí: o amor correspondido, as frustrações, a infância e o saudosismo. Porém, a forma em que as músicas foram trabalhadas, nossa, quanta mudança (vide Bolsa de Grife, com guitarras de Fernando Catatal, da banda Cidadão Instigado). Nesse álbum Vanessa trabalha com temas não abordados antes, como o consumismo (Bolsa de Grife), uma música de costumes. E nos mostra toda sua veia romântica com a faixa “Vê se fica bem”. Afinal, quem nunca desejou o bem a quem proporcionou bons momentos.
O encarte do CD – para quem não possue – é outro ponto positivo. As fotos estão bem trabalhadas. Entre elas, as de algumas crianças com Vanessa, pulando corda. Me fez voltar a infância e me ver pulando corda, andando de bicicleta, correndo por aí. Talvez seja esse um dos trunfos de Vanessa, nos fazer lembrar  e valorizar a simplicidade da vida. Como sugere-nos em um de seus versos: “Vamos brindar a vida, meu bem”. Ainda, sobre o encarte, possue um espaço reservado a receita de bolo. Ouvindo Meu Aniversário (letra abaixo) é possível fazer outra leitura sobre essa data. Afinal, por diversas vezes desejamos a tal felicidade aos outros. Porém, quando dizemos “Parabéns, eu ! Parabéns, eu!”a nós mesmos?
Nesse trabalho observamos uma cantora mais madura, e com a simplicidade de sempre. Uma cantora que permite-se ousar, com uma sonoridade distinta a cada álbum. Minimalismo. Poderia ser essa a palavra para resumir “Bicicletas..." (ou todo o trabalho da cantora ?). Adriana Calcanhoto em uma de suas músicas propõe “comer Caetano, degluti-lo, mastigá-lo”. Proponho o mesmo sobre esse álbum, e todos de Vanessa. 
Foto: Encarte.

Meu Aniversário:


Hoje é meu aniversário
Corpo cheio de esperança
Uma eterna criança, meu bem
Hoje é meu aniversário
Quero só noticia boa
Também daquela pessoa, oba

Hoje eu escolhi passar o dia cantando
De hoje em diante
Eu
juro felicidade a mim
Na saúde, na saúde, juventude, na velhice
Vou pelos caminhos brandos
A minha proposta é boa, eu sei
De hoje em diante tudo se descomplicará
Com um nariz de palhaço
Rirei de tudo que me fazia chorar
Cercada de bons amigos me protegerei
Numa mão bombons e sonhos
Na outra abraços e parabéns
Quero paparicações no meu dia, por favor
Brigadeiros, mantras, músicas
Gente vibrando a favor
Vamos planejar um belo futuro pra logo mais
Dançar a noite toda
Fela Kuti, Benjor e Clara
Parabéns, Bianca!
Parabéns, Felipe!
Parabéns, Micael!
Parabéns, Mateus!
Parabéns, Artur!
Parabéns, Luisa!
Parabéns, eu! Parabéns, eu!
Parabéns, Brendon!
Parabéns, Guiga!
Parabéns, Mayanna!
Parabéns, João!
Parabéns, Duda!
Parabéns, Dri!
Parabéns, eu! Parabéns, eu!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Lá no IAP...

A oficina “percepção do olhar, técnica de fotografia e texto literário” ocorreu no IAP (Instituo de Artes do Pará), de 25/04 a 29/04, ministrada pelos fotógrafos Geraldo Ramos e Elza Lima. Pensei não fazer parte da turma, por ter me inscrito um pouco tarde, mas, pro meu contento, fui chamado, literalmente, em cima da hora (estava no estágio supervisionado-não-remunerado quando ligaram-me). O desenvolvimento da oficina se deu de forma confusa, algo indefinido sobre temática e outras coisas. Porém, o saldo final foi mais que positivo. Os fotógrafos responsáveis demonstraram o porque de terem trabalhos premiados dentro e fora do Estado. Parabéns pela educação e paciência deles, Afinal, não é fácil estar a frente de uma turma ansiosa e diversificada. Muito me deixa feliz perceber que, além de bons “olhos”, esses profissionais são extremamente responsáveis  e abertos ao novo (alí representado por uma turma tão distinta). Servem de exemplos a pseudo-artistas, pseudo-fotografos, e pseudo-qualquer-porra. O resultado desse trabalho foi um Fotovaral, feito no Hall do IAP. No último dia tivemos os certificados entregues através do diretor do IAP, o Heitor Pinheiro, com direito a foto e tudo – essa parte abriria mão, não do certificado, mas da foto.

Foto: Daisa Passos.

Foto: DuH Soeiro

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Camisa Manchada

Maldita mania, esta que possuo, de querer mais de quem só pode me oferecer tão pouco. Ainda aprendo a ter somente o máximo, do pouco de cada um... Ao sair de casa a última coisa que poderia imaginar era encontrar com um “ex-rolo”, daqueles que ainda mexem conosco, sabe. Mentira. Sabia exatamente o que iria encontrar, e esperava ansioso por isso, como uma criança na hora de abrir o embrulho do seu presente de Natal. Porém, não foi como desejava.
Talvez um parênteses seja necessário agora. Conheci alguém através de um amigo, trocamos o número do celular um do outro, conversamos através do telefone por alguns dias. O combinado, depois de tanta conversa, era de encontrarmo-nos em uma praça, no final de semana, domingo, na Praça da República. E foi feito. Tudo ocorreu muito bem. Os beijos, meu corpo sendo tocado por mãos que não eram as minhas, o cabelo e traços indígenas do ser em minha frente. Adorava quando apertava-me e tocava em partes do meu corpo, a descoberta do prazer que eu era capaz de oferecer a outro. Tudo ainda bem vivo na memória, até seu sorriso nada simétrico, mas um dos mais sinceros que já recebi. Ai, seus beijos, eram tudo o que queria ter por longos dias. Como um filme em slowmotion. No entanto, nossa relação terminou por aí, não passou de bons “amaços” em uma praça. Quase transamos alí mesmo. (por que não fiz isso?).
Após alguns dias, meses depois, recebi um convite pra sair com um amigo. Aceitei. Iríamos à Praça do Carmo participar de um evento, na verdade prestigiar um. Depois de tanto andar, e como andamos, paramos na Praça do Relógio. Estava bem movimentada, pessoas de todas as idades. Encontrei quem queria, a criatura da República. Porém, não era mais o mesmo, ainda assim insisti. Em vão. No máximo uns abraços e palavras de carinho, isso era pouco para mim. Mas, como se diz “ quero ficar com você ” quando a resposta negativa é visível ? Não se diz, finge não querer tanto. Nessas horas percebe-se o pouco de ator em cada um de nós, na célula da rejeição. Antes disso abracei, mesmo sendo alertado sobre, possivelmente, manchar minha roupa, uma camisa bege, com o vermelho do urucum, parte da caracterização da fantasia da pessoa, que voltaria na minha cabeça algumas vezes depois. No dia seguinte, após lavar, percebi a marca vermelha na camisa. Quase não a uso. Com outras lavagens a mancha apenas ficou menos visível, mas para mim ainda continua bem viva. Um vermelho de urucum,  com tantas interpretações e leituras, que só eu sei fazer.